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“O importante é estarmos juntos!”

Seja bem-vindo(a) ao novo ano letivo! Preparado para uma jornada repleta de experiências e descobertas que nos enriquecerão e nos tornarão mais felizes.

Resumo Teórico – Modelo de Dalton

O modelo atômico de Dalton, formulado no início do século XIX por John Dalton, é um marco na história da química e da física. Baseando-se em experimentos químicos e considerações sobre a natureza da matéria, Dalton propôs quatro postulados principais:

  1. Materia é feita de átomos: Dalton postulou que a matéria é composta de partículas minúsculas e indivisíveis chamadas átomos. Essa ideia contrariava a crença anterior de que a matéria poderia ser dividida indefinidamente.
  2. Indivisibilidade e imutabilidade dos átomos: Ele sugeriu que os átomos são eternos e indivisíveis. Na época de Dalton, não era conhecido que os átomos poderiam se dividir em partículas menores como prótons, nêutrons e elétrons.
  3. Átomos de um elemento são idênticos: Dalton afirmou que todos os átomos de um mesmo elemento são idênticos em massa e propriedades. Ele diferenciou os elementos entre si pela massa atômica, o que permitiu a construção das primeiras tabelas de pesos atômicos.
  4. Compostos são combinações de átomos de diferentes elementos: Segundo Dalton, compostos químicos são formados quando átomos de elementos diferentes se unem em proporções simples e fixas. Essa união ocorre em uma relação de números inteiros e pequenos, conhecida como a lei das proporções múltiplas.

O modelo atômico de Dalton não incluía uma descrição da estrutura interna do átomo, como a existência de elétrons e núcleo, pois esses conceitos ainda não eram conhecidos. Apesar disso, seus postulados estabeleceram a base para o entendimento científico da matéria e abriram caminho para futuras descobertas na química e na física. O modelo de Dalton, embora simplificado e posteriormente modificado por descobertas subsequentes, é reconhecido por sua importância fundamental na transição da alquimia para a química moderna e na evolução do pensamento científico sobre a natureza atômica da matéria.


Resumo teórico:

Leis Ponderais

As leis ponderais são fundamentais na química para entender as reações químicas em termos da massa. Aqui estão elas resumidamente:

  1. Lei da Conservação da Massa (Lei de Lavoisier): Afirma que, em uma reação química fechada, a massa total dos reagentes é igual à massa total dos produtos. Em outras palavras, a matéria não é criada nem destruída, apenas transformada. Isso implica que as equações químicas devem ser balanceadas.
  2. Lei das Proporções Definidas (Lei de Proust): Estabelece que, independentemente da quantidade, um composto químico puro sempre contém os mesmos elementos na mesma proporção em massa. Por exemplo, a água (H₂O) sempre consistirá de hidrogênio e oxigênio na razão de massa de 1:8.
  3. Lei das Proporções Múltiplas (Lei de Dalton): Quando dois elementos formam mais de um composto entre si, as diferentes massas de um elemento que se combinam com uma massa fixa do outro elemento estão em uma relação de números inteiros e pequenos. Por exemplo, o carbono e o oxigênio podem formar CO e CO₂; a razão das massas de oxigênio que se combinam com uma massa fixa de carbono é de 2:1.
  4. Lei das Proporções Recíprocas ou Equivalentes (Lei de Richter-Wenzel): Afirma que se dois elementos A e B se combinam separadamente com um terceiro elemento C, então as proporções em que A e B se combinam com C serão iguais às proporções em que eles se combinam entre si (se formarem um composto). Isso ajuda a prever a composição de novos compostos.

Essas leis ajudam a entender e prever os resultados das reações químicas, garantindo a conservação da massa e proporcionando a base para o desenvolvimento de conceitos químicos mais avançados como a estequiometria.

FELIZ 2024 GALERA

Quero dar as boas-vindas a todos os alunos que estão aqui presentes para o início de mais um ano letivo. É com prazer que iniciamos uma nova etapa de experiências e descobertas que certamente nos farão mais felizes e nos enriquecerão intelectualmente.

Que este seja um ano onde todos alcancem os objetivos propostos e tirem pleno proveito deste maravilhoso processo de aprendizagem!

Coloco o meu site à disposição de todos e desejo um ano de muito sucesso!

A TEORIA DE ARRHENIUS: DO DESPREZO AO PRÊMIO NOBEL

Em 1884, o físico-químico Svante Arrhenius apresentou a sua tese de doutorado sobre a condutividade elétrica de soluções diluídas. É fácil repetirmos alguns de seus experimentos ao dissolvermos açúcar ou sal na água. Podemos constatar que a solução com açúcar não conduz eletricidade, ao passo que a solução salina permite a passagem de corrente elétrica.

O açúcar em contato com a água se divide em porções muito pequenas e com propriedades similares às dos grãos maiores. Arrhenius propôs que quando um sal sólido é dissolvido em água, ele se divide em partículas menores com cargas elétricas. Dessa forma, o sal de cozinha ou cloreto de sódio (NaCl), dissolvido na água, produz Na+ (sódio sem um elétron) e Cl- (cloro com um elétron extra). Esses átomos eletricamente carregados (íons) é que permitem que a solução conduza eletricidade.

Até então imaginava-se que a produção de íons ocorria apenas com a aplicação de energia elétrica, mas Arrhenius sugeriu que os íons podem estar presentes em uma solução. Essa é a Teoria Eletrolítica da Dissociação. Deve-se ressaltar que essa ideia do cientista surgiu 13 anos antes da descoberta do elétron (ver – encurtador.com.br/hsvPV ), a partícula subatômica responsável pela criação de partículas com carga positiva e negativa (chamadas íons). A teoria inovadora levantada por Arrhenius não foi bem recebida e a sua tese foi aprovada com razoável desprezo. Quase duas décadas depois, o Prêmio Nobel de Química de 1903 foi concedido a Arrhenius “em reconhecimento aos serviços extraordinários que prestou ao avanço da química por sua Teoria Eletrolítica da Dissociação”.

REFERÊNCIAS

https://balticeye.org/en/eutrophication/elemental/arrhenius/#:~:text=In%201884%2C%20Arrhenius%20presented%20his,positively%20and%20negatively%20charged%20particles

https://chemistry-europe.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/chem.201805264#:~:text=1%20The%20main%20idea%20of,current%20carriers%20responsible%20for%20the

https://www.nobelprize.org/prizes/chemistry/1903/arrhenius/facts/

Química para um mundo melhor

César Zucco

Presidente da SBQ

A Ciência Química não é somente descoberta. É, também, e especialmente, criação e transformação.

Sem a atividade dos químicos de todas as épocas, algumas conquistas espetaculares jamais teriam acontecido, como os avanços no tratamento de doenças, a exploração espacial e as maravilhas atuais da tecnologia.

A Química presta uma contribuição essencial à humanidade com alimentos e medicamentos, com roupas e moradia, com energia e matérias-primas, com transportes e comunicações. Fornece, ainda, materiais para a Física e para a indústria, modelos e substratos à Biologia e Farmacologia, propriedades e procedimentos para outras ciências e tecnologias.

Graças à Química, o nosso mundo se tornou um lugar mais confortável para se viver. Nossos carros, casas, roupas transbordam criatividade química. O nosso futuro energético dependerá da Química, assim como atingir um dos objetivos do Milênio, que é prover água e saneamento básico seguros para toda a humanidade.

Um mundo sem a ciência Química seria um mundo sem materiais sintéticos, e isso significa sem telefones, sem computadores e sem cinema. Seria também um mundo sem aspirina ou detergentes, shampoo ou pasta de dente, sem cosméticos, contraceptivos, ou papel – e, assim, sem jornal ou livros, colas ou tintas. Enfim, sem o desenvolvimento proporcionado pela ciência Química, a vida, hoje, seria chata, curta e dolorida!

Destaque-se, ainda, que a Química ajuda os historiadores da arte a investigar os segredos por detrás de pinturas e esculturas em museus, ajuda os peritos forenses a analisar as amostras colhidas em uma cena de crime e rapidamente rastrear os autores, bem como revelar a base molecular de pratos que encantam as nossas papilas gustativas.

Enquanto a Física decodifica as leis do universo e a Biologia decifra as do mundo vivo, a Química desvenda os segredos da matéria e de suas transformações. A vida é sua mais elevada forma de expressão. A Química exerce, portanto, um papel primordial em nossa compreensão dos fenômenos materiais, em nossa capacidade de agir sobre eles, para mudá-los e controlá-los. E as transformações materiais que faremos – como humanos – refletirão o melhor ou o pior de nós.

Todavia, a relativa ausência de uma cultura geral em Química – se comparada à Astronomia ou mesmo à Matemática – impede o grande público de conhecer e interpretar aspetos do mundo que afetam sua vida diária e dificulta sua capacidade coletiva de se manifestar sobre tais fatos. Dificulta, também, entender o papel fundamental da Química entre as Ciências Naturais, sua importância econômica e sua onipresença no cotidiano.

Por isso estamos celebrando a Química… E celebrá-la significa admitir que ela é, de fato, indispensável e benéfica à humanidade e, por decorrência, ao planeta em que vivemos.

Celebrar a Química é mostrar às crianças e aos jovens que embora os princípios da Química estejam bem estabelecidos, suas aplicações permanecem tão desafiadoras e rigorosamente perseguidas como nunca; que a Química nos permite chegar às profundezas da matéria, possibilitando a construção de novos arranjos de átomos que, possuindo propriedades particulares interessantes, terão aplicações ainda não previstas.

Todavia, por mais que pareça, o químico não é um mágico da matéria, capaz de “ilusionar” com novas formas (da matéria), premeditadas ou inesperadas, a partir do que nos cerca. O químico é um forjador racional e criativo, um arquiteto na escala das moléculas. Cabe, aqui, mencionar o que dizia Leonardo da Vinci: “Onde a natureza deixa de produzir suas próprias espécies, a humanidade começa, e usando coisas naturais, com a ajuda da própria natureza, cria uma infinidade de espécies”.

É evidente que a Química tem na natureza sua fonte de matéria e de inspiração. Entretanto, é responsabilidade do ser humano o avanço para além do que é natural no universo. Por isso, a celebração da Química só se completa com a celebração das pessoas, daqueles verdadeiros artífices da fantástica arte da transformação da matéria. Celebrar a Química é incentivar crianças e jovens a se tornarem químicos e serem capazes de, literalmente, transformar a matéria em novidades! É desafiá-los a se envolverem com as especialidades e as tecnologias da Química direcionadas à manufatura de produtos para melhorar o bem-estar da humanidade.

A abrangência, a amplitude e a importância da Química para o bem-estar da vida do homem na terra são fatos inquestionáveis. Lamentavelmente, é também inquestionável seu alto grau de potencialidade para o mal! E, não raro, é esta a faceta da Química mais conhecida…

Daí a importância de educarmos crianças e jovens com ética, humanismo e discernimento. Desfaçamos o preconceito amplamente difundido sobre a Química e seus efeitos – potencialmente, mas não necessariamente maléficos.

Celebremos a Química como a ciência que move o mundo e que, pela ação de químicos criativos e responsáveis, pode torná-lo cada vez melhor.

Os pesticidas fazem diminuir o cancro?

Posted by Sérgio Rodrigues

O professor  americano de bioquímica Bruce Ames, agora com 87 anos, choca por vezes as suas audiências com uma afirmação aparentemente paradoxal: os pesticidas contribuem para a diminuição do cancro!

A explicação, se pensarmos um pouco, faz sentido: os pesticidas permitem uma maior e mais económica produção agrícola, tornando as frutas e legumes acessíveis a um maior número de pessoas. Como a alimentação saudável faz diminuir muito mais o risco de cancro do que a presença ou contacto com resíduos insignificantes de pesticidas o faz aumentar, confirma-se a plausibilidade da afirmação. Mas, repita-se, é de resíduos insignificantes que se fala – perto dos baixíssimos níveis actualmente detectáveis – assim como de pesticidas cada vez mais seguros – outros não seriam aceites nem permitidos.

O cancro é individualmente, quase sempre, uma questão de azar ou sorte, mas no limite dos grandes números podem prever-se tendências. A alimentação pode, em geral, ser relacionada com cerca de um terço dos cancros; outro terço pode ser ligado a infecções e viroses crónicas, assim como a factores genéticos. O outro terço pode ser relacionado com factores múltiplos como o fumo do tabaco, o consumo exagerado de álcool, a exposição solar e outros factores comportamentais e ambientais, em boa parte naturais. Também o normal evelhecimento faz, como é sabido, aumentar o risco de ter cancro. 

O glifosato é um herbicida relativamente seguro em termos toxicológicos comparado com outros herbicidas como o paraquat. A sua persistência no ambiente é também relativamente breve. Por isso, numa sociedade que só tem 1% das pessoas a trabalhar na agricultura e não tem forma de voltar a arrancar ervas à mão ou com uma sachola – o que seria verdadeiramente biológico, mas utópico em larga escala – é considerado uma mais valia por ser um dos herbicidas mais seguros conhecidos, com a vantagem de ser agora genérico e não dependente da famigerada Monsanto. Para além disso, a discussão sobre a suspeita deste herbicida ser cancerígeno e disruptor endócrino tem origem em estudos envoltos em polémica. (Veja-se a bibliografia seleccionada de algumas linhas que escrevi sobre o glifosato há alguns meses, num contexto mais vasto e de forma livre e solitária, não adivinhando as notícias recentes).  

É fundamental que as pessoas (também os profissionais da ciência) tenham sentido crítico. Se estamos predispostos a desconfiar de algumas coisas, não podemos em seguida confiar cegamente noutras. Mesmo a literatura científica e as notícias que esta origina devem ser lidas com saudável cepticismo (tanto mais que nem sempre as notícias correspondem ao conteúdo real dos artigos). E quanto maior for a nossa propensão para acreditar mais devemos forçar-nos a fazer essa análise crítica.

É raramente notado que a forma com a literatura científica se organiza, realçando a originalidade e os avanços técnicos, como sejam níveis de detecção cada vez mais baixos, faz com que a atenção se desloque para aspectos insignificantes para a segurança do público, afastando-nos dos problemas muitas vez mais reais, mas por serem comuns são em geral quase invisíveis. Ter fumado um cigarro, ou respirar regulamente os vapores dos combustíveis e dos escapes dos automóveis faz, em termos estatísticos, aumentar mais a probabilidade de ter um cancro do que comer uma maça com um resíduo insignificante de um pesticida, mas a focagem é em geral para o último caso que poderá ser novidade, não os outros, já bem conhecidos.

Também é preciso procurar ler o real sentido das afirmações. Ser considerado suspeito de ser cancerígeno é muito diferente de ser comprovadamente cancerígeno. Para além disso é preciso ter alguma ideia da origem dos dados. Por exemplo, os testes com animais são realizados com doses muito altas e nem sempre são extrapoláveis nem o resultado é válido devido à inadequação dos modelos animais e das doses exageradas. Acresce que a esses resultados se associam factores multiplicativos de segurança. Muitas vezes as provas contra os suspeitos não são muito fortes, mas por segurança indica-se a sua condição de suspeito, não se dando por vezes atenção a todos os outros comprovados culpados mais comuns e menos mediáticos.

Convém também notar que a fracção de cancros comprovadamente atribuíveis a “químicos” é menos de um por cento, já considerando “químicos” de origem natural como o estragole do mangericão – só para citar um exemplo pouco conhecido -, entre outros. 

No entanto, o pavor dos “químicos” faz as pessoas perder a cabeça. Numa petição recente a pedir a proibição do glifosanto, há dezenas de comentários a pedir o fim de todos os “químicos”! Dizer que somos “químicos”, respiramos e comemos “químicos”, mais ou menos naturais, é trivial. Todos os alimentos naturais estão cheios de “químicos”, como a maçã da figura. Mas, mais do que isso, é importante que as pessoas percebam que é devido aos “químicos” que temos alimentação, água potável e segurança alimentar para cada vez mais pessoas; que temos medicamentos, maior esperança de vida e confortos modernos e que, em última análise, diminuimos o número de cancros e a mortalidade devida a eles. 

Posted by Sérgio Rodrigues

De Rerum Natura

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